quinta-feira, novembro 14, 2013

A tertúlia mais PEQUENA do mundo















A tertúlia acontece no Quiosque Al-Mu'tamid, no largo com o mesmo nome, frente à Biblioteca, em Silves, de quinze em quinze dias, a uma quinta-feira, pelas 21h30.

Trata-se de uma extensão dos projetos de promoção da leitura, da Biblioteca Municipal de Silves, aqui com coordenação de Paulo Pires, técnico superior da Biblioteca.

O espaço é limitado a 20 pessoas.


As fotos acima documentam as duas primeiras sessões, mas não abarcam toda a sala, octogonal e com uma frente de balcão, pois o quiosque é utilizado como pequeno bar/café/pastelaria.


Esta noite terá lugar a terceira sessão.

Os interessados trazem as suas ideias, os seus textos, no fundo o que lhes aprouver, e a tertúlia funciona sem tema específico, ao sabor da corrente do pensamento e do diálogo.


Serei portador de dois contos da minha autoria e de um poema de Nuno Júdice, de extrema atualidade.



Ei-lo:



               A Pressão dos Mercados



             Emprestem-me a palavra para o poema; ou dêem-me
             sílabas a crédito, para que as ponha a render
             no mercado(…) É que as palavras estão caras.
             Folheio o dicionário em busca de palavras pequenas,
             as que custem menos a pagar, para que não exijam
             Reembolsos e as meter, ao desbarato, no fim do verso.
             O problema é que as rimas me irão custar o dobro,
             e por muito que corra os mercados o que me
             propõem está acima das minhas posses, sem
             recobro. E quando me vierem pedir o que tenho
             de pagar, a quantos por cento o terei de dar? Abro
             a carteira, esvazio os bolsos, vou às contas, e tudo
             vazio: símbolos, a zero; alegorias, esgotadas;
             metáforas, nem uma.
             A quem recorrer? Que fundo de emergência
             poética me irá salvar? Então, no fim, resta-me
             uma sílaba – o ar – ao menos com ela ninguém
             me impedirá de respirar.



 Nuno Júdice , “A Pressão dos Mercados”


Está feito o convite.

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