segunda-feira, setembro 24, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XCVI)





O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • INSCRIÇÃO

Devagar, apaguei a tua imagem
para que os olhos recebessem a  luz
que deixaste atrás de ti.


Maria João Reynaud
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, setembro 17, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XCV)





O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • AMOR COMO EM CASA

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraidíssimo percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde no café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.


Manuel António Pina
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, setembro 10, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XCIV)





O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • RECADO

leva a lisboa azul quadriculada
que a vieira da silva já pintou
e a última gaivota que riscou
a sua leve luz acidulada

leva a névoa que cai pela amurada
e a corrente do tejo não lavou
leva as pedras que o tempo afeiçoou
e a saudade na voz sobressaltada

leva uma vela branca desfraldada
a que no mar salgado desenhou
um rumo que dos mapas não constou
e se desfez depois sob a nortada

leva também a vida amargurada
que o pobre coração desgovernou
e o recado febril que não chegou
contando da paixão desesperada

leva o tempo que foi e não voltou
e levarás comigo tudo e nada


Vasco Graça Moura
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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