segunda-feira, agosto 27, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XCIII)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • EU QUERO MORRER NO MAR (COLADERA)

Olha os meus olhos morena
porque a aventura é ficar
se a minha terra é pequena
eu quero morrer no mar.

Lençóis de algas e peixes
de barcos a menear
no dia em que tu me deixes
eu quero morrer no mar.

E se o negro é a tua cor
respirando devagar
depois do amor meu amor
eu quero morrer no mar.


António Lobo Antunes
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, agosto 20, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XCII)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • TARDE DE PRAIA, AO LONGE

Lentamente construo estes murmúrios,
nesta palavra mar já tão profunda.

Solto o vento de rodas as viagens,
nestas praias de gente sem fronteiras.

Pequenas multidões pulsam a vida
e o mar apenas sobe mais azul.

Minucioso, espalho o meu olhar,
pelo secreto adeus do horizonte.

No som tão repetido dos navios,
há muito se esgotaram as sereias.

Desce a preguiça pela tarde lenta,
nas horas o silêncio vem de longe.



Rui Namorado
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, agosto 13, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XCI)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • POESIA

Para mim poesia
é realismo e fantasia
num esquema hipertenso
e eu só me pertenço
quando a imaginação
tem o tamanho
da minha mão.
Então
é prosa vivida
em circuito de acção.


Luísa Ducla Soares
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, agosto 06, 2012

Um poema a cada segunda-feira (XC)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • IMAGEM MINHA

Ficas a ler comprazida diante das rosas
silhueta que vislumbrei, compus e reanimei.
Tinhas o perfil marcado cruamente pela luz,
as mãos claras no colo, os cabelos despojados
do brilho das cabeleiras soltas, mas juvenis
e sacudidos no início da tarde com alegria.
As páginas balouçavam do mesmo modo que as rosas
porque ao começar da tarde nos dias de Verão
brisas e vapores estendem-se desde o mar
até às margens floridas. No teu banco
adornado por festões de rosas trepadeiras
afastas os olhos do livro não absorta
mas para sempre atraída por inúmeras imagens.


Fiama Hasse Pais Brandão
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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