segunda-feira, janeiro 31, 2011

Um poema a cada segunda-feira (XI)




Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.


Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.




  • MAR NOSSO

    Emocionadamente
    te reencontro
                              hoje
                                    e
                              sempre
    Mar nosso
    que estás na terra
                              nesta minha
                              tua nossa
                              terra
    e és sempre a mesma bênção
    de água
    a mesma mágoa
    doce
              o mesmo indizível júbilo
Teresa Rita Lopes
O Sul dos Meus Sonhos
Gente Singular, Olhão 2009

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quinta-feira, janeiro 27, 2011

A minha achega às Presidenciais


(Foto copiada de uma das sondagens)


Na perspetiva legal, o Sr. Presidente da República foi eleito por 52,94% (aproximadamente 53%) dos votos expressos nas urnas.

A abstenção atingiu os 53,37% (aproximadamente 53%) ou seja, só cerca de 47% dos cidadãos maiores de 18 anos votaram.

Pelas minhas contas e sem intenção de contestar a eleição do Presidente, que não está em causa nesta minha "achega", o Presidente da República foi eleito por 53% dos 47% dos cidadãos que votaram, ou seja por cerca de 25% dos cidadãos com direito a voto.

O voto é um direito e não um dever legal.

Os cidadãos podem usar do seu direito a recusar votar e a exprimir desse modo o seu descontentamento ou o seu desinteresse pela coisa pública.

Este número que acima apresentei (25%) é o reflexo real destas eleições e não meras contas a fazer de conta.

Isto está muito mau, meus amigos, mas não é preciso rever a lei por este motivo, mas sim pela necessária aproximação aos cidadãos e à prática da cidadania.

Os partidos, sem exceção, têm que mudar antes que isto mude.

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segunda-feira, janeiro 24, 2011

Um poema a cada segunda-feira (X)




Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.


Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.




  • FOGO

    Vou moldar-te na ponta dos meus dedos
    e sem angústias nem medos
    matar a fome de ti.
    Vou apagar o fogo que por dentro
    me queima, teimoso e lento,
    desde a primeira hora em que te vi.

    Vou prender-te na teia de ternura
    que sempre me vela os olhos
    doidos à tua procura
    quando escapas dos meus sonhos.

    Vou dizer que te amo a toda a gente
    e gravar o teu nome nas esquinas,
    alheio de vez à má sina
    que tenta proibir-nos de ir em frente.
Torquato da Luz
Por Amor e outros poemas
Papiro Editora, Porto 2008

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sexta-feira, janeiro 21, 2011

Tunísia, hoje


Alertado por Rui Bebiano, do blog  A Terceira Noite , venho sugerir-vos que acompanhem estas vozes independentes que comentam a situação na Tunísia, em francês, inglês e árabe, no blog nawaat.


(foto copiada do blogue nawaat (clique), a ilustrar um texto sobre a emancipação da mulher)


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quinta-feira, janeiro 20, 2011

A câmara em vez da arma (III)



De novo em torno da fauna do rio Arade.
Desta vez a foto do que julgo ser uma garça-real (ardea cinerea).

Agradeço a confirmação.
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quarta-feira, janeiro 19, 2011

Dupont et Dupond



Não sei como nem donde surgiram há algum tempo estes dois gansos no rio, trazendo-lhe alguma animação, pois há gente que se senta a observá-los e outros há que lhes lançam bocados de pão, a que eles acorrem, grasnando, céleres e desengonçados, nessa graça desconcertante do seu andar de palmípedes.
Dois outros patos, negros, também lhes fazem frequente companhia.

Fica o registo e  a curiosidade.
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segunda-feira, janeiro 17, 2011

Um poema a cada segunda-feira (IX)




Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.


Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.




  • OUVE

    Ouve:
    Como tudo é tranquilo e dorme liso;
    Claras as paredees, o chão brilha,
    E pintados no vidro da janela
    O céu, um campo verde, duas árvores.
    Fecha os olhos e dorme no mais fundo
    De tudo quanto nunca floresceu.
    Não toques nada, não olhes, não te lembres.
    Qualquer passo
    Faz estalar as mobílias aquecidas
    Por tantos dias de sol inúteis e compridos.

    Não te lembres, nem esperes.
    Não estás no interior de um fruto:
    Aqui o tempo e o sol nada amadurecem.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Coral, 1950
Poemas Portugueses - Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI
Porto Editora, Porto 2009

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sexta-feira, janeiro 14, 2011

A câmara em vez da arma (II)




(ao clicar nas fotos pode observá-las em maior dimensão)

Foram quatro "tiros" sucessivos com a câmara, no rio Arade, frente ao cais, em Silves. No último disparo já a ave estava atenta e levantou voo. Desse voo deixei aqui uma imagem, num post com data de 30 de Dezembro.

Pelo que tentei saber, trata-se de uma garça-branca-pequena (egretta garzetta). Alguém quer fazer o favor de o confirmar? Obrigado.

P.S.
A primeira vez que usei este título, foi aqui.

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quarta-feira, janeiro 12, 2011

Ao ritmo dos ciclos que a natureza impõe



Passada a avalanche, a paisagem ganha este ar de tranquilidade e a luz parece sorrir, de novo, como se nada tivesse acontecido.

Mas sob a água, barrenta, há um torvelinho de miríades de partículas que lutam por não descer à profundidade sombria do leito do rio. É nelas que se gera já o movimento que trará a nova tempestade, a não ser que o sol ou o tempo, na sua demora, façam por tudo contrariar.

O rio, no entanto, irá sempre envelhecendo ao ritmo dos ciclos que a natureza impõe.

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segunda-feira, janeiro 10, 2011

Um poema a casa segunda-feira (VIII)




Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.


Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.




  • NÃO SEI...

    Não sei. Falta-me um sentido, um tacto
    Para a vida, para o amor, para a glória...
    Para que serve qualquer história,
    Ou qualquer facto?

    Estou só, só como ninguém ainda esteve,
    Oco dentro de mim, sem depois nem antes.
    Parece que passam sem ver-me os instantes,
    Mas passam sem que o seu passo seja leve.

    Começo a ler, mas cansa-me o que inda não li.
    Quero pensar, mas dói-me o que irei concluir.
    O sonho pesa-me antes de o ter. Sentir
    É tudo uma coisa como qualquer coisa que já vi.

    Não ver nada, ser uma figura de romance,
    Sem vida, sem morte material, uma ideia,
    Qualquer coisa que nada tornasse útil ou feia,
    Uma sombra num chão irreal, um sonho num transe.
Álvaro de Campos
Obras Completas de Fernando Pessoa
POESIAS de Álvaro de Campos
Editorial Nova Ática, Lisboa 2006

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quarta-feira, janeiro 05, 2011

Recordando Lhasa de Sela


Lhasa morreu fez agora um ano pelo 1º de janeiro.

O blogue da bitsounds recorda-a através do link atrás e deste vídeo que incorporei abaixo.





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segunda-feira, janeiro 03, 2011

Um poema a cada segunda-feira (VII)




Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.


Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.




  • MEDITAÇÃO SOBRE RUÍNAS

    Desembarcou numa sala sem dourados nem cadeiras:
    madeiras velhas, jarras com flores de plástico, janelas
    de vidros partidos para a auto-estrada. Nem vento,
    nem mar: só o ruído dos carros entrava pelas fendas
    para ecoar no tecto (madeiras à vista entre os restos
    de estuque). Depois, na rua, pendurou-se nos ferros podres
    de antigas varandas. Percebia-se, por entre os arbustos
    que invadiam tudo, uma vista que teria sido digna
    de um quadro romântico. O vale, coberto de casas, e
    os montes invadidos por ferro-velho, ocultam um passado
    de rebanhos e pastores. Mas talvez não se tenha ouvido aqui
    a música da flauta. Com efeito, esta casa limita-se
    a guardar antigos silêncios, que o uso transformou em manchas
    sépia na memória. Agora, confundem-se com a cor das paredes;
    e só abrigam tocas de répteis, que apenas se adivinham,
    no inverno, escondidos do universo. Mas alguém passou por aqui,
    há pouco; e um monte de madeira fumega, ainda, enquanto
    o sol avança a partir do nascente, onde as cores frias
    da madrugada não se dissipam, nem pássaro algum saúda
    o nascer do dia.
Nuno Júdice
Meditação sobre Ruínas, 1994
Poesia Reunida - 1967/2000
Publicações Dom Quixote, Lisboa 2000

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