terça-feira, julho 27, 2010

SOMBRAS E LUZ. O Algarve no Século XIX


Na rota da Rede de Museus do Algarve e das múltiplas exposições que neste momento decorrem, por sete meses, em diversos museus e diferentes localidades, onde sob um tema genérico comum - ALGARVE, do Reino à Região - cada museu exibe o que de característico representa, fui de viagem a São Brás de Alportel e ao Museu do Trajo.

Museu do Trajo, São Brás de Alportel, Verão 2010
"Sombras e Luz. O Algarve no Século XIX" é o título da exposição ali patente.

É do trajar desse tempo que ali se fala, numa museologia de preocupações sociais, que visa recordar, para melhor entender, esse tempo dos nossos avós.


Museu do Trajo, São Brás de Alportal, Verão 2010       Museu do Trajo, São Brás de Alportel, Verão 2010
(Ao clicar nas fotos poderá observá-las com ampliação)


Foi com prazer que percorri as diversas salas, quase diria salões, e me encantei com o rigor do décor, com o cuidado posto nos adereços, com o delicado humor de algumas soluções de cenário, com a abordagem às funções do dia-a-dia de uma casa da alta burguesia na periferia urbana.
Uma sala particularmente dedicada à indumentária e à ambiência da indústria corticeira, riqueza económica da região ao tempo que aqui se aborda.

Uma palavra mais a propósito do catálogo da exposição, que além da exposição propriamente dita, inclui interessantes artigos de investigação, nomeadamente, As mulheres no Algarve de Oitocentos, de Aurízia Anica, Foreigners in the Algarve - 17th to 19th centuries, de Peter Brooker, A Igreja no Algarve no século XIX, de Afonso Cunha, Acordeão! Acordeão! Quando chegaste a Portugal? Que portas escolheste?, de Henrique Cunha, Da Turbulência Política e Labor aos Ecos do Romantismo, Séc. XIX no Algarve, de Glória Marreiros, Como o Romantismo no Algarve se centraliza em Faro, de Teodomiro Neto, Os Judeus no Algarve. Mitos, Saberes, Sabores, Regressos, de Paulo Mendes Pinto, A cortiça em São Brás de Alportel. Rumores Antigos, de Emanuel C. Sancho.

Uma palavra ainda sobre os catálogos das exposições, nesta múltipla exposição algarvia, dos quais ainda poucos estão publicados, mas que virão a constituir, seguramente, um novo olhar sobre o Algarve, a sua cultura e as suas gentes.

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